Blog do Prof Nescau

quarta-feira, 25 de julho de 2012

WHEY PROTEIN


Por: Nutricionista Débora Mocelin CRN 1466
Especialista em Nutrição Esportiva (UGF-RJ)
Especialista em Fitoterapia Aplicada à Nutrição Funcional (UNICSUL)
Consultório: (41)3024-1015 – 9904-1258
E-mail: debora.mocelin@gfassessoriaesportiva.com.br



O termo Whey protein ( do inglês, proteína do soro) refere-se às proteínas isoladas do soro do leite. Essas proteínas são extraídas da porção aquosa do leite gerada durante o processo de fabricação de queijos e coalhadas. (1,2). Somente na década de 70 começou a ser pesquisado por cientistas, que passaram a estudar as propriedades dessa proteína que atualmente é conhecida como alimento funcional e de apreciáveis aplicações nutricionais. (2).

Existem diferentes tipos de produto à base de Whey protein disponíveis no mercado, que se diferenciam quanto ao processo de extração; digestibilidade e velocidade de absorção; teores de proteínas, gorduras, carboidratos, lactose e presença de substâncias bioativas. Os mais comercializados atualmente são 3 formas de Whey Protein:

- CONCENTRADA, obtida através de um processo de separação física, onde o produto acabado contém entre 25% e podendo chegar a 90% de proteínas;(2)
- ISOLADA, obtida por sofisticada técnica de separação química (troca iônica), contendo aproximadamente 95% de proteínas;(2)
- HIDROLISADA, forma em que as proteínas encontram-se hidrolisadas, ou seja, na forma de aminoácidos, possuindo alta digestibilidade e maior absorção.

Recomendações diárias de proteína embasadas em estudos e pesquisas.

Tipo de atividade
Recomendações*
Sedentários
0,8g/kg/dia
Exercícios de resistência
1,0 a 1,6 g/Kg/dia
Modalidades intermitentes
1,4 a 1,7 g/Kg/dia
Exercícios de força
1,6 a 2,0 g/kg/dia


Fonte: Campbell et. al. (3)
* Deve-se considerar para esses valores a ingestão de proteínas provenientes alimentação.
* Segundo Oben, Kothari e Anderson (4) uma dose de 15g consumida ao longo do dia de Whey protein devido as suas características pode ser suficiente.

A Whey Protein vem na maioria das vezes na forma de pó, sendo em potes com medidores com uma quantidade já considerada ideal. Isso simplifica e muito a vida de quem consome, pois são fáceis de comprar, preparar e estocar. Normalmente são preparadas com água, leite desnatado ou de soja. Para muitas pessoas a Whey Protein se tornou a fonte principal de proteínas devido a sua facilidade e qualidade.



CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- Palatibilidade agradável;
- Praticidade pós treinamento
- Praticidade no dia-a-dia

CARACTERÍSTICAS DA COMPOSIÇÃO
- Alto valor biológico (1, 5, 6)
- Quantidade significativa de leucina (1, 7)
- Quantidade significativa de glutamina (aminoácido não essencial que promove efeito de volumização celular) (1, 7)
- Rica em BCAA’s (1,3, 7)
- Contém IGF-1 e IGF-2 (1, 11)

CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS
- Rápido esvaziamento gástrico (1, 2, 3)
- Rápida absorção(1, 2, 3)
- Estimula a liberação de IGF-1 (11)
- Melhora a biodisponibilidade de alguns minerais (1)
- Aumenta o conteúdo de glicogênio hepático e muscular (6)
- Combate de mecanismos proteolíticos (5)
- Complemento para ressíntese protéica (3, 7)

QUAIS OS BENEFÍCIOS DO CONSUMO DE WHEY PROTEIN NO ORGANISMO DA MULHER
- Melhoria da saúde óssea
- Antioxidante (2)
- Aumento do tônus muscular (5, 7, 11)
- Previne a perda muscular – catabolismo (5)
- Manutenção da força  (13)
- Auxílio do sistema imunológico (3)
- Proteção do sistema cardiovascular (12)
- Atividade antimicrobiana (8)
- Interferência na % de gordura corporal (9)
- Melhora a biodisponibilidade de alguns minerais (1)
- Promoção da Saciedade (9, 10)

Sabe-se que o processo do envelhecimento está associado a inúmeras mudanças fisiológicas, entre elas a perda drástica da massa corporal magra, uma causa determinante para saúde e qualidade de vida (5). Sendo assim, Dawson et al. (5) exploraram os benefícios do aumento da ingestão protéica em idosos, testando diferentes tipos de proteínas, sendo a Whey protein eleita uma das melhores medidas de suplementação a essa população em virtude de seus aspectos digestivos e da eficiência na oferta de aminoácidos para síntese protéica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.    HARAGUCHI, F,K; ABREU, WC.; DE PAULA, H. Proteínas do soro de leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Ver. Nutr; 19(4): 479-488,2006.
2.    MARSHAL, K. Therapeutic applications of whey protein. Alt Med. Rev; 9 (20): 136-156,2004.
3.    CAMPBELL, B; KREIDER, RB.; ZIEGENFUSS, T. et al. International Society of sports nutrition positiion stand: protein and exercise. Jl Int. Soc. Sports Nutr; 4(8), 2007.
4.    OBEN, J.; KOTHARI, S.C.; ANDERSON, M.L. An open label study to determine the effects of an oral proteolytic enzyme system on whey protein concentrate metabolism in healthy males. J. Int. Soc. Sports Nutr; 5:10, 2008.
5.    DAWSON, B.; TAYLOR.; J.; FAVALORO. E.J. Potential Benefits of improved protein intake in older people. Nutr. Diet; 65 (2): 151 – 156, 2008.
6.    MORIFUJI, M.; SAKAI, K.; SANBONGI, C. et. al Dietary Whey protein increases liver and skeletal muscle glycogen levels in exercise – trained rats. Br. J. Nutr; 93 (4): 439-445, 2005.
7.    KATSANOS, C.S. PADDON-JONES, C.; ZHANG, X. et. al. Muscle Protein Synthesis in the elderly following Ingestion of Whey Protein or its Corresponding Essential Amino Acid Content. Méd. Sci. Sports Exerc; 38 (5):112, 2006.
8.    LONNERDAL, B.; Nutritional and physiologic significance of human milk proteins. Am. J. Clin. Nutr. 77 (6): 1537-43, 2003.
9.    PADDON-JONNES, C.; WESTMAN, E; MATTES, E. D. Exploring the impacto f hight – quality protein on optimal health protein, weight management, and satiety. Am J. Clin. Nutr; (87) 5: 1558-1561, 2008.
10.  HUANG. X; LIU, Y.; RAHARDJO, G.L. et. al. Effects of diets high in Whey, soy, red meat and milk protein on body weight maintenance in diet induced obesity in mice. Nutr. Dietetics; 65: 53-59, 2008.
11.  MERO, A. MIKULAINEN, H, RISKI, J. et. al. Effects of bovine colostrum supplementation on serum IGF-1, IgG, hormone and saliva IfA during training. J. Appl Physiol: 83 (4): 1144 – 1151, 1997.
12.  KEOGH. J. B.; CLIFTON. P. The effect of meal replacements high in glycomacropeptide on weight loss and markers of cardiovascular disease risk. Am. J. Clin. Nutr; 87 (6): 1602-5, 2008.
13.    PETROCZI, A. NAUGHTON, D. P. MAZANOV, J. et. al. Performance enhancement with supplements: incongruence between rationale and pratice. J. Int. Soc. Sports Nutr; 4: 19, 2007.

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